quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Pode reinventar-se um velho teimoso?



Regressei.
Mais independente e irreverente que nunca.


Mas mais maduro, mais velhaco, mais a evitar.

Detesto brigas, mas uma boa guerra serve, - como sabiamente dizia Nietzsche - qualquer causa.
E causas não faltam.
Andei por aí... por onde quis e à minha conta.
Continuo a dever as minhas asneiras e os meus sucessos apenas a mim mesmo. Continuo sem açaime, sem dono, sem regras impostas e sem medo.
Alguns ma vão continuar a chamar de marginal, de louco e eu fico feliz. Ficaria decepcionado se me considerassem um sujeito normal.
Volto sem religiões, sem deuses que não o universo onde eu estou e tudo o que conheço. E, incomensuravelmente, tudo o que não ouso alguma vez imaginar.


Volto sem políticas, nem partidos, males necessariamente da inacreditável dimensão e horrores do fanatismo religioso.

As religiões mataram em nome de um deus que não pode existir. Existindo seria amor, abraço, perdão e tolerância. 
Os políticos e os seus partidos são organizações de alguns que usam os muitos outros e vão legalmente destruindo, com a ignorância e incompetência que se alastrou galacticamente, tudo e todos. A terra está agonizando. Os povos enfrentam problemas mais graves perante a indiferença dos poderosos. A pobreza contagia assim como as doenças que alguns não querem curar. 
Volto.
Tranquilo.
Mas olho à minha volta e não entendo. A loucura descontrolada parece ter atingido toda a gente. Os climas não se entendem nem se podem ler como antes. Os mares sobem e galgam terra levando tudo em tumulto e desgraça. Ainda morrem crianças de fome enquanto alguns muito poucos possuem impérios e riquezas sem fim. Multinacionais prestigiadas não colocam no mercado medicamentos capazes de acabar com tanto sofrimento pois daí decorreria uma abjecta diminuição dos lucros. Governos há que não contam para nada, nem nada governam, servindo apenas de um tipo de teatro de comédia internacional onde poderes ocultos, estranhos, manipulam a marcha do tempo sendo capazes de ordenar guerras e destruições desde que daí resulte dinheiro. Desumanidades crescem como ervas daninhas onde o racismo, o fascismo, a violência e a peste devoram esperanças de vida, relações entre estados e povos.
Volto, mas continuo a ser do contra. 
Ser a favor, ser do sistema, pode estar ajudando a esconder mais uma gigantesca panóplia de crimes. A justiça está debaixo de suspeitas de corrupção. Quem me julgará amanhã? Alguém de quem posso legitimamente pensar que melhor estaria numa prisão que num tribunal? A corrupção já não é um fenómeno de banqueiros amigos de presidentes que escapam a qualquer condenação como o diabo da cruz. Já não é coisa de politiquelhos incompetentes e sem mérito que buscam o enriquecimento a qualquer preço. Já não é de religiosos que usam a fé no deus que apregoam para proveito dos seus bolsos. A corrupção é geral. 
Quem não é corrupto vai ser a próxima pergunta de um milhão.
Regressei... por quanto tempo?

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